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  • Foto do escritorLetícia Barros

A roda






“Os maiores problemas do nosso tempo não são de natureza tecnológica, política ou econômica, mas sim de natureza moral e espiritual. Se não conseguirmos encontrar respostas satisfatórias para esses problemas, provavelmente, seremos aniquilados por eles”, palavras de Elton Trueblood (1900-1994), ex-capelão das universidades de Harvard e Stanford, no século XX. A citação é o resumo perfeito para os desafios da humanidade.


Por exemplo: o Sistema Único de Saúde (SUS) é invejável, um programa irretocável. Mas, por que não funciona em sua performance original? A Democracia é sábia, mas, por que caminha em meio a confusões dantescas? A proteção contra o HIV depende de um preservativo, por que o vírus não está estagnado? A cocaína não anda até a mão do usuário, nem a primeira vez. Uma criança não é concebida pelo vento, como acontece com as flores, que têm suas sementes espalhadas ao léu. Por que existem crianças órfãs de pais presentes? Por que o noticiário enfatiza a violência?


Um parágrafo de perguntas cujas respostas são uma só. Não há quem não as conheça. Trata-se de uma realidade debatida há séculos, bem pontuada por Elton Trueblood, há mais de 120 anos, como citado logo no inicio deste texto. É... “o homem é o lobo do homem”, como a firma a célebre frase de Thomas Hobbes (1588-1679), autor do clássico Leviatã. Ele entendeu que a humanidade pode colocar em risco a sua própria espécie, da mesma forma que pode e é capaz de protegê-la... Na verdade, a explicação depois da vírgula não é de Thomas, é do editorial mesmo. Agora sim, uma verdade absoluta, apesar do absoluto não existir.


O fato é que para cada situação adversa gerada pelo homem, ele mesmo poderia tê-la evitado ou criado a maneira de transformar a situação. Uma questão moral e espiritual. Quando acredita-se, ou seja, pela fé em algo, o indivíduo se move. A moral dele está naquilo que habita o coração, a fé nisso o fará agir. Bingo. Voltamos a Elton. Por exemplo: pode-se escolher seguir uma carreira brilhante por cobiça, porque o outro é ou tem, por vã glória. Pode-se trilhar uma carreira brilhante, por devoção ao chamado, ao senso de responsabilidade consigo e com o próximo.


Sim. Existem pressões internas e externas que lutam para fazer com que o ser humano viva caduco, servindo aos interesses de outros, mordendo-se e aranhando-se como animais feridos, famintos e ferozes. Exagero? Vamos para um exemplo menos “filosófico”, perto daqui, em Nova Lima: Uma cidade com extensão territorial de mais de 429 mil km² e pouco mais de 200 habitantes por km². Uns chamariam de roça, outros de cidade jardim, depende do coração de quem diz. O triste é que não é um, não é outro. Bem, “Nova Lima não tem nada”... é a frase mais repetida nas redondezas, por seus moradores naturais.


Verdade? Absolutamente que não. Olha o absoluto aí outra vez... Pense. A cidade tem muito para dar certo. O clima perfeito, segurança, uma população pacífica, mananciais, flora e fauna, riqueza monetária para sustentar o setor público, ouro, minério de ferro e terra a perder de vista. Como Nova Lima não tem nada? Como? No entanto, “nada aqui vai para frente”, outra crença deslavada que habita o imaginário local, a cabeça do povo.


Acreditar que é possível e trabalhar para dar certo, com amor e honestidade, sem encostar-se à prefeitura e nem deixar que os encostados raspem o tacho, seria um bom começo para transformar essa versão do município. Por a mão no arado. Fazer daqui uma área de roça... por que não? Tem terra e a lavoura é a vida do planeta. Caso o nova-limense não se aproprie do solo, outros vão. Provavelmente, uma expansão imobiliária, sem precedentes, sem sustentabilidade.


Uma cidade jardim também, não seria má ideia. É muito território, é preciso gerir. Mas, é urgente a atuação de todos. Enquanto cada um pretender o próprio palanque, como se a realização individual fosse o mais importante, a perda será constante. Acreditar que carrega o dom mais belo do mundo é saudável, mas, pensar que você é o único, é tolice. A força emana do povo, é como povo que se constrói a vida particular, sendo que a moral e a fé coletiva são determinantes para o resultado final.


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