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  • Foto do escritorGuilherme Santana

Alta de preços nos combustíveis tem fatores diversos

Economia em dia

Na última sexta feira (10), o brasileiro foi surpreendido por mais uma alta nos preços dos combustíveis. Anunciado pela Petrobras, o primeiro aumento de 2022 - dado que o ano de 2021 foi representado por sucessivos aumentos - foi o maior dos últimos dois anos, fazendo com que a gasolina ficasse 18,7% mais cara e o diesel 24,9%. O gás de cozinha também vai sofrer um reajuste de 16%. A justificativa da Petrobras sobre a alta está ancorada na elevação dos preços do barril de petróleo, após a Ucrânia ser invadida pela Rússia, gerando o temor de uma terceira guerra mundial.


Posto isso, o leitor deve se perguntar: como um país autossuficiente em petróleo fica refém do mercado externo, fazendo com que a gasolina seja tão cara? A resposta não é simples, e, para ajudar na reflexão, iremos levantar três pontos relevantes que ajudam a explicar a questão.


O primeiro ponto para esta discussão é o preço do barril do petróleo. O tipo Brent, que é usado como referência no mercado financeiro, está sendo negociado ao preço médio de $ 101 dólares até a edição desta matéria. Antes do conflito armado envolvendo a Rússia, um dos maiores produtores mundiais, o preço do barril era de $ 80 dólares, variação de 26%.


Não há como negar que o preço do barril subiu, mas vale destacar, que este não é o maior preço de negociação deste bem nos últimos anos. Pesquisando a base de dados referente ao preço do barril de petróleo dos últimos 20 anos, podemos observar que o valor máximo deste produto foi em setembro de 2008, quando o tonel chegou a custar $ 146,08 dólares. Naquela época, a gasolina custava em média, R$ 2,50, para um salário mínimo de R$ 415.


Outro elemento importante para análise é que parte da gasolina produzida no Brasil utiliza derivados importados, uma vez que a indústria brasileira não tem capacidade para refinar todo o petróleo produzido no país. Desta forma, vendemos a matéria bruta e importamos o produto refinado, o que faz com que o peso da importação seja maior que o benefício da exportação, uma vez que compramos um item que possui maior valor agregado e vendemos a matéria prima, de menor valor comercial.


Para solucionar este problema, a empresa deveria investir na construção de refinarias para atender a demanda interna sem depender do mercado internacional. Após a operação Lava Jato, a empresa suspendeu a construção de três refinarias por suspeitas de superfaturar as obras. Mas o curioso é que, conhecendo a parcela de custos correspondente a corrupção, bastava retirá-los e continuar com as obras, dado a sua importância do ponto de vista econômico. Mas, a empresa optou por implantar um plano de desinvestimento de aproximadamente R$ 30 bilhões, suspendendo todas as obras.


Por fim, destaco que nem todos os brasileiros estão tristes com a elevação dos preços dos combustíveis. Uma pequena minoria deve estar comemorando, estamos falando dos acionistas da Petrobras. Em 2021, como já destacado no início do texto, o consumidor brasileiro pagou preços recordes. No ano em questão, a Petrobras apresentou o maior lucro da sua história, na ordem de R$ R$ 106,6 bilhões. O resultado apresentou um crescimento de 1400%, em relação a 2020.


Deste modo, a empresa decidiu distribuir R$ 37,3 bilhões, fazendo a alegria dos acionistas da empresa, enquanto a população pagava caro pela gasolina e a economia sofria, dado a sua dependência do transporte rodoviário. Quem não se lembra da elevação dos preços das passagens dos transportes públicos e o encarecimento dos produtos em geral? Tudo isso é impactado pelo preço dos combustíveis, que afeta em cheio a inflação.


Destaco a importância da elaboração de uma política econômica envolvendo os preços dos combustíveis. Este insumo é muito importante para o desenvolvimento da economia brasileira. Será que vale a pena continuar com uma administração que visa gerar lucro para um pequeno grupo de pessoas em sacrifício de uma maioria? O presidente e seus ministros já não deveriam estar discutindo uma forma de mudar a política de preços da Petrobras? Qual o sentido de suspender a construção de refinarias em solo brasileiro para importar insumos e ficar dependente do mercado externo?


O governo que é sócio majoritário da companhia, não deveria desenhar uma política de preços em benefício da população e da economia em geral? O que será dos caminhoneiros, dos motoristas de aplicativos, dos taxistas, dos entregadores em geral, do trabalhador e as empresas que precisam custear o transporte?



Reflita!!!




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