google-site-verification=sG-CyGQ4ZcEyYyR2Qod5twFBfpvjVj6Jn8-ooEdbdFU
top of page
  • Foto do escritorLetícia Barros

Alucinados pelo Villa

Atualizado: 5 de jul. de 2022

Ninguém explica a paixão que acompanha o Leão do Bonfim


https://www.facebook.com/photo/?fbid=451727373625138&set=a.128036505994228

O histórico Estádio Castor Cifuentes foi a dura alcova dos times mineiros abatidos pelo Leão, no Alçapão do Bonfim, durante os anos dourados dessa entidade esportiva. O amado Villa Nova Atlético Clube, há 114 anos, escreve um legado de glória no futebol, em que nem os pontos mais baixos do time conseguiram apagar a paixão de torcedores alucinados, apaixonados. Um casamento que não oferece a possibilidade de divórcio. Esse é o sentimento de uma massa vermelha e branca que comemorou bastante o dia 28 de junho, aniversário desse “brabo”, que resiste no esporte mineiro.


Villa convicto

Exagerado? Não, pura verdade. A conversa com o ex-jogador do Villa, Marcelo Fernandes, de 62 anos, que atuou no time de 1972 a 1979, revela essa faceta. A pouca grana injetada no futebol naquela época, não permitiu que o ex-atleta continuasse na profissão, pois, precisou trabalhar em outro ramo, depois de um tempo no esporte. Antes de sair, o jogador recebeu o convite para ir para o Fluminense, no Rio de Janeiro. A resposta? Negativa. Fernandes não aceitou trabalhar em outro clube. “Para mim, o único time que existia era o Villa Nova”, frisou. Pode? Pôde!! Isso é amor, lealdade até o fim.


A postura do atleta parece ser de um genuíno nova-limense, óbvio. Só que não. Fernandes é morador de Belo Horizonte, mas, o magnetismo do Villa conquistou o coração do ex-jogador, de uma forma irrevogável. Essa história foi contada pelo ex-atleta no dia do aniversário do Villa Nova, dentro da Câmara Municipal. O que ele fazia lá? Vestido de vermelho e branco, dos pés à cabeça, com a camisa do aniversário, carregando souvenirs do Glorioso, havia passado o dia a vender os acessórios comemorativos.


Cansado por ter passado horas a fio na cidade, sentou um pouco dentro da Casa Legislativa, onde gentilmente concedeu essa entrevista ao Rede Nova Lima. Um achado que só o aniversário do Leão pode proporcionar. Merece destaque, pois, acreditar e apoiar em momentos de vitória é fácil, é favorável. Mas, dar o sangue quando a derrota no campo é rotina, isso é coisa do Glorioso. “O Villa tem algo que nunca vi em lugar algum”. E se você pensa que foi fácil a decisão, engana-se. Caso aceitasse o convite, estava na programação Marcelo ir com o Flumenense à França, disputar um torneio.


Herança

A paixão desse torcedor inveterado foi herdada do pai. Na década de 50, o homem, que veio do interior, veio assistir a um jogo, no Arena, Villa X Atlético. “Desde aquele jogo, o meu pai se apaixonou pelo Leão do Bonfim, o que passou de geração em geração”, lembra. Para o ex-atleta, esse relacionamento foi tão intenso que se tornou jogador do clube. Como nunca residiu em Nova Lima, ele vinha e voltava para BH, diariamente. “Era muito divertido, uma festa dentro do ônibus, repleto de amigos jogadores também. Olha que eu comecei na categoria Dente de Leite, aos 12 anos, depois Infantil, Juvenil até o profissional”, lembra.


Memória em figurinhas

A paixão de Marcelo não é solitária. Fernandes conta que faz parte de um grupo de 200 ex-atletas, todos alucinados pelo Villa. “Muitos deles jogaram em outros times, mas, nenhum deles esquece o Leão do Bonfim. O Gil, da Seleção brasileira, que também jogou no Fluminense, quando lançamos o álbum de figurinhas do Villa, saiu do Rio de Janeiro, para participar. É coisa que ninguém explica”, comenta. Ele cita ainda o antigo jogador José Borges, de 80 anos, que veio de Patos de Minas prestigiar o lançamento, em maio de 2019, com direito à festa, presença de vários ex-atletas e torcedores. “O evento entrou para história”, mencionou Marcelo.


O álbum de figurinhas conta com imagens de 218 ex-atletas, com antes e depois de cada um. São 436 imagens, uma relíquia de Nova Lima. Para tornar a ideia uma realidade, Marcelo conta algo inusitado. “O projeto nasceu dentro de um encontro de ex-jogadores, mas, não havendo o recurso para concretizar o sonho, cada um comprou o álbum antes mesmo de começar a ser produzido. Assim quando ficou pronto, cada um recebeu o seu”, lembra. Restam poucos exemplares do material para venda, onde vigoram rostos preciosos do Villa Nova.


Um pouco de História

Fundado em 1908, o Villa Nova completou 114 anos em 28 de junho de 2022. Vivo, mesmo diante dos percalços, o clube é o segundo mais antigo de Minas Gerais. Atrás do Atlético Mineiro por três meses, o time foi fundado por trabalhadores da antiga Mina de Morro Velho. Valente como um Leão, o time sagrou-se campeão várias vezes, com fama de ser violento em campo.


Nesse ritmo, o clube foi Tricampeão Mineiro de 1933/34/35; Supercampeão em 1951, com direito à emoção do início ao fim, onde a final contra o Atlético foi aguerrida, mas com a vitória vermelha e branca. O Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, em 1971 também entra na lista. Inclusive, o nome do Estádio Castor Cifuentes, que hoje comporta 10 mil pessoas, é uma homenagem a um grande protetor villa-novense e ex-presidente da agremiação, durante a conquista do tricampeonato em 33/34/35.


A emocionante trajetória do Villa é um presente para a população. O Rede Nova Lima respeita e parabeniza essa história. Vida longa ao Leão!! Mais 114, pelo menos!

7 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page