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  • Foto do escritorAmanda Alvares

Bodas de prata no futebol

Atualizado: 7 de mar. de 2022

Ziguezague Esportivo

FOTO: Milton Tank – arquivo pessoal

Gente, eu estava fazendo meus corres pela internet e descobri que este ano faz 25 anos da final histórica entre Cruzeiro e Villa Nova, no Mineirão. O clássico ficou marcado como o maior público presente da história do estádio. Que emoção! Imagine para os jogadores presentes? Então... fui atrás de um dos protagonistas dessa história e não é que o encontrei e fiz uma entrevista com o ex-jogador? Você, torcedor do Leão vai lembrar muito dele, Milton Tank, autor do gol da vitória do Villa em cima do Cruzeiro, jogo de ida, no Estádio Castor Cifuentes, em Nova Lima, por 2 x 1.


Dono de uma memória invejável, Milton é capaz de lembrar com exatidão o número de pessoas que lotaram o Mineirão naquele dia: 132.834 pessoas, e, quem imagina que o fato de o Villa não ter colocado a mão na taça roubou o brilho do momento, pensou errado. Aquele dia foi o mais marcante da carreira do jogador. Aliás, Milton é grato ao cidadão nova-limense pelo apoio geral que o time recebeu naquela época. Hoje, o ex-jogador atua fora dos gramados, comandando um projeto social em sua cidade natal, Conceição do Mato Dentro, chamado “Bom de Bola, Bom na Escola”, onde treina crianças e adolescentes em busca do sonho de jogar futebol. Venha conferir esse bate papo que foi bem legal!


FOTO: Milton Tank – arquivo pessoal - Minutos antes da partida entre Villa Nova x Cruzeiro pelo Campeonato Mineiro em 1997.

Amanda: - Milton, como nasceu essa vontade de jogar futebol?

Milton: - A vontade de jogar futebol, no Brasil? A cada 10 crianças que você pegar, para no mínimo, 09, a principal diversão é jogar futebol e comigo não foi diferente.

De família muito simples, humilde, morando perto de uma quadra num bairro bem carente, aqui da minha cidade, quando não estava em aula, estava na quadra, brincando. Naquela época, década de 80, com 7, 8, 9, 10 anos, não tinha bola de verdade, então brincávamos com bola de meia, de sacolinha, de pano, até com frutas; o importante é que estávamos ali, brincando, chutando algo. Então é isso aí, desde criança, para quem gosta, o futebol está sempre como a principal diversão.


FOTO: Milton Tank – arquivo pessoal

Amanda: - O que foi mais difícil na vida de um esportista?

Milton: - Cheguei ao Villa aos 17 anos para fazer teste, sendo que a maior dificuldade, além da financeira - que inclusive, tive que pedir ajuda à prefeitura, isso em 91 - ficar longe da família, nessas condições, sem que eles pudessem ajudar, pois, éramos de origem bem simples, carente, foi bem difícil. Eu tinha acabado de formar o ensino médio, na época, chamado de segundo grau, e de cara ficar longe de casa, como era o meu caso, como é o caso da maioria, em condições bastante simples, sem apoio e sem condições dos pais poder ajudar além de ficar longe de casa é um dos pontos que é bem difícil no início.

FOTO: Milton Tank – arquivo pessoal

Morei durante quatro anos debaixo da arquibancada do Alçapão do Villa, eu e mais um monte de colegas e em vários clubes do interior, essa dificuldade é muito grande. A distância de casa, a grande maioria dos jogadores sendo de famílias carentes, essa falta de apoio, as dificuldades e falta de produtos básicos, morar em alojamento ou debaixo de arquibancada... é um processo duro, mas quando você coloca Deus na frente e tem um sonho, mais à frente, é recompensador. Tudo faz parte de um processo, de um sonho que você vai construindo dia a dia, se dedicando ao sonho inicial de um dia se tornar um atleta profissional.


Amanda: - E no futebol, o que foi mais difícil para você?

Milton: - O início para o atleta é muito difícil, alguns lugares você recebe ajuda de custo. A maioria dos jogadores de futebol são de famílias carentes. Os pais não têm condições de ajudar. Como no meu caso, eu que tive que correr atrás para ajudar meus pais. Esse início é bastante complicado, bastante difícil e você precisa se superar e se dedicar aos treinamentos, ao dia a dia, visando, num futuro próximo, se tornar um atleta profissional, começar ganhar algum dinheiro para aí sim, você poder si ajudar e ajudar a família, que precisa tanto. Então, no início, é muito complicado e você já com 17 e 18 anos, vendo sua família com dificuldade e não ter condições de ajudar é bastante difícil, mas quando você tem um objetivo e quando você tem Deus no coração, sabendo que, dia após dia, você se dedicando, se superando, e fazendo por merecer, você tem aquela confiança que um dia você vai ter condição de si ajudar e ajudar os seus pais.


Amanda: - De quais campeonatos você já participou? Teve vitórias?

Milton: - O futebol é feito de vitórias, de derrotas, tanto dentro de campo, quanto fora. As dificuldades e as lutas. Antes de ser um jogador de futebol, o atleta é um ser humano, uma pessoa que tem família, dificuldades, problemas. O torcedor só vê o jogador dentro de campo, mas, antes de entrar em campo, tem a vida toda de um atleta que tem a vida normal de ir num mercado, tomar seu cafezinho, de ter as dores de cabeça, de ter as preocupações, filhos, chateações, tristezas, só que a profissão dele é ser jogador de futebol. É... e essa profissão te leva a muitas vitórias e derrotas. Umas doem mais, outras nem tanto. Há lugares que você é vitorioso, que você vai bem, tem um desempenho bom e outros não.


Mas, o importante é estar sempre focado em deixar as portas abertas, ser bom profissional e se dedicar sempre ao máximo. Dentre os 27 clubes que joguei, desde o menor até o maior, em todos, eu procurei sempre dar o melhor. Em alguns eu fui bem, em outros nem tanto, em alguns fui demitido e em outros preferi sair. Joguei fora do país, em Portugal, no clube Nacional da Ilha da Madeira. No Brasil, eu joguei em outros 26 clubes: como nosso Villa Nova, América, Ipatinga, Ideal, Guarani, Uberaba, Caldense, Havaí, Joinvile, Ponte Preta, ABC de Natal, Anapolina, entre outros. Muitos eu ganhei, muitos eu tive derrotas, alguns fui bem, fiz gols, participei bem, recebi em dia, outros eu não recebi. Muitos clubes, infelizmente, não cumpriam com suas obrigações e faziam com que a gente passasse um pouco de dificuldade. Mas, tudo isso fez parte do processo dos meus 20 anos como atleta profissional.



Treinador do juvenil do Villa


Foto oficial do jogo Villa Nova x Cruzeiro


Amanda: - Qual foi a vitória mais marcante? Qual a pior derrota pela qual passou?

Milton: - O momento mais marcante da minha carreira, ainda que não tenha sido campeão, foi a final de 1997. Fazer parte daquele grupo histórico do nosso glorioso Villa Nova, onde, em Nova Lima, nós ganhamos do Cruzeiro por 2 x 1, na final do Campeonato Mineiro, e, tive a oportunidade de fazer o segundo gol aí em Nova Lima, foi espetacular para mim.


Depois, no Mineirão, com público 132.834 pessoas, o maior público de todos os tempos, jogamos pelo empate, mas, infelizmente, perdemos. Então... a derrota também, aquele momento que você vê que por causa de um golzinho apenas poderíamos te sido campeões mineiros. Foi memorável para mim, apesar da derrota. Foi muito bacana nossa trajetória, tudo que nós fizemos, a cidade inteira nos apoiando, por isso foi tudo muito marcante. Esse ano faz 25 anos e por causa de um gol poderíamos ter feito parte de uma história ainda maior sendo, Campeão Mineiro.


Treinador do juvenil do Villa

Amanda: - Há quanto tempo você faz desse trabalho com as crianças e jovens?

Milton: - Parei de jogar profissionalmente em 2010, e, um ano antes, eu tinha feito o curso de treinador, pela UFMG, com o professor Jurandir. Eu estava de férias na minha cidade, Conceição do Mato Dentro, e gostava de reunir os meninos. Tinha uns coletes, umas bolas, dava um lanche. Fazia isso quando estava de férias. Em 2011, fui treinador do infantil do Villa Nova e treinei também do Coimbra, e, em 2012, fui para Contagem. Depois montei o projeto que, desde 2013, sou contratado pela prefeitura e tem o projeto “Bom de Bola, Bom na Escola” que tem como objetivo principal ajudar a criança no desempenho escolar, na formação do seu caráter, da sua personalidade.


Antes dos treinos, as crianças são orientadas, aconselhadas, as ajudando, realmente, na formação do cidadão que é o objetivo principal do nosso projeto social, que fará 10 anos, com esse propósito, na medida do possível, ajudando essas crianças. Àqueles que têm uma técnica maior, são encaminhados para fazer teste no Villa, mas, o principal é o trabalho que a gente faz, visando a formação do cidadão do futuro. Olho os boletins e quando tem que elogiar, eu elogio, quando tem que cobrar, eu cobro, chamo atenção tentando ajudar os pais na formação do caráter das crianças.


FOTO: Milton Tank – arquivo pessoal Milton Tank como treinador do juvenil do Villa Nova em 2017

FOTO: Milton Tank – arquivo pessoal Milton Tank como treinador do infantil do Villa Nova em 2011

Amanda: - Qual conselho você costuma dar a eles?

Milton: - Sejam do bem. Respeitem os seus pais. Respeitem as pessoas que querem o seu bem. Até aquelas que vocês não conhecem, tenham sempre respeito. O professor na escola, você não é obrigado a gostar, mas respeitar sim. Ele é o principal aliado para você ter um futuro próspero, ter uma boa profissão e ser alguém na vida. Tudo começa pelo respeito e sendo bom filho em casa. Ouça as pessoas que querem o seu bem, siga sempre os bons exemplos, dessa forma, a gente acostuma a fazer a coisa certa.

Temos a opção: às vezes, tem um caminho que vai te levar para o buraco e você vai torcer o tornozelo e tem o caminho que é linha reta, rumo aos seus objetivos e aos seus sonhos, para alcançar coisas boas. Cuidado com esses caminhos que te levam para o buraco, cuidado com as más companhias, saiba com quem anda. Ouça o que o pai e a mãe cobram. Seus avós, as pessoas que cobram e pegam no seu pé são as pessoas que te amam. Porque, quando não ama, quando não gosta deixam de qualquer jeito e não se preocupam.


Então procure sempre ouvir as pessoas que te querem bem, por que tudo na vida, isso eu deixo bem claro pra eles, nunca desistam dos seus sonhos, nunca, nunca, pois tudo na vida é merecimento, então façam por merecer. Pois, num futuro próximo, tudo que você almeja e que você sonha, você vai alcançar. Coloque Deus na frente, mas faça por merecer, seguindo o caminho do bem, respeitando seus pais, os professores, as pessoas, assim você está construindo seu futuro, ou seja, vai ter um futuro promissor, de um adulto feliz porque você fez por merecer.


Amanda: - Para finalizar, Milton, o que o esporte ensina às pessoas?

Milton: - Eu falo do futebol por que é da minha área, mas, o esporte em geral, ajudou na minha formação como pessoa, como ser humano. No Villa Nova cheguei aos 17 anos e, depois de quatro anos, fui emprestado. Entre idas e vindas, foram 10 anos. Falo que o Villa Nova faz parte da minha vida, da minha história.


No futebol, convivi durante 20 anos com tantos colegas, com tantas pessoas boas, mas às vezes algumas não tão boas. Tantos conselhos bons, mas, às vezes alguns não tão bons. Há quem te chame para dar uma esticadinha, provar uma bebidinha, fumar um cigarrinho... e tem muito no meio do futebol, infelizmente, como tudo na vida. Mas, o esporte te educa, disciplina, ocupa sua mente com coisas saudáveis, é o que procuro fazer no meu projeto, não só ensinar os fundamentos do futebol.



Vamos a bailar?


Sabe aquele esporte que mistura dança, ginástica, queima calórica intensa, sincronia, diversidade musical com ritmos brasileiros, latinos e internacionais, sensualidade, além daquele requebrado que é expertise brasileiro e muita risada? Pois é, a tal da zumba! Às segundas e quartas-feiras estou lá, batendo cartão, fichada! Na empresa em que trabalho foi desenvolvido, pela Gabriela Félix, minha querida amiga, um projeto que oferece zumba para mulherada. E você? Sabe os benefícios que esse esporte traz para o nosso corpo?

Fui fazer um corre pela internet e localizei 10 benfeitorias: gasto calórico, aumento metabólico, eliminação de toxinas, recrutamento de vários músculos, benefícios para o coração, astral positivo, facilidade, interação, queima calórica, diversão e exercício. Sabemos que todo esporte, aliado a uma alimentação saudável leva qualquer um a obter o efeito desejado. No meu perfil do Instagram, @amanda.corredora, conto sobre o meu dia a dia como corredora de rua, praticante da zumba e do hiking e dou dicas de alimentação, caminhada e corrida. Corre e curte lá!


Campeão da Supercopa é de Minas


Quem se deu bem em cima do Flamengo foi o Atlético Mineiro. Após empate, com placar de 2 x 2 no tempo regulamentar, a final foi decidida nos pênaltis. Num jogo emocionante, tanto na partida quanto na disputa dos pênaltis, na Arena Pantanal em Cuiabá/MT, o Atlético Mineiro se sagrou Campeão da Supercopa do Brasil de 2022.


Quem falou que o Villa morreu, se enganou…


Aproveitando a escalação alternativa do Cruzeiro, Villa Nova arranca empate do líder do Campeonato Mineiro e consegue ponto importante na tabela. Em jogo disputado pela oitava rodada do mineiro, as equipes empataram em 2 x 2 no Estádio Independência.


Villa de técnico novo


Bruno Pivetti não é mais o técnico do Villa Nova, ele vai comandar o Goiás Esporte Clube. Já no Villa Nova, quem assume o comando é Cícero Júnior. Cícero era coordenador técnico e assume o comando do time até o final do mineiro.


Bora fazer um corre?

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