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  • Foto do escritorREDE NOVA LIMA

Eu conto um conto


Adriana Lopes Barbosa nasceu em Nova Lima. Filha e neta de professoras, seguiu neste caminho, sempre acreditando na educação e na arte como ferramentas para uma comunicação mais saudável entre as pessoas e um passo importante para a conquista da paz. É formada em Comunicação Social pela PUC, cursou mediação de conflitos na Espanha e atua como professora waldorf em Nova Lima há mais de dez anos. Publicou seu primeiro livro, Contida, em 2016. Considera-se garimpeira de palavras e parideira de poemas.






A beleza está nos olhos de quem vê. A maldade também


Ele não tinha a menor ideia do que era uma relação abusiva. Não se preocupava, tampouco, com o julgamento alheio sobre o que ele fazia. Agia. Sua vida era atuar naquilo que queria. Distraía-se, sim. Ninguém é de ferro. Feroz não era. Era célere. Sabia o que queria, não se fazia de rogado. Pra cada mudança, uma reação. Estava atento ao mundo ao redor. Sempre.


Mas, naquele dia as coisas ao redor perderam foco. Ficou tudo embaçado e ele só conseguia ver, querer, sentir, desejar, alcançar aquela que apareceu em sua frente. Não a comeria - não era a intenção. Ele não era de matar também. Mas queria tocar. Precisava sentir com o tato, com o olfato, com os sentidos e os instintos. Lá estava ela, diante dele, pequena, indefesa, perdida. Não sabia como agir. Era fraca diante da voracidade dele, diante daqueles olhos insistentes.


Ela não se mexia, pelo menos não propositalmente. Se pudesse escolher, ficaria parada ou correria a milhas de distância dali. Mas ele mexia com ela. Fazia dela sua marionete. Ele a jogava para os lados. Quem viu de fora, pensou que ela morreria. Sim. Houve quem viu de fora, tudo isto acontecer, sem interferir, sem impedir. E foi então que percebeu-se que, na verdade, ele não fazia por mal. Não tinha controle sobre sua força. Ele só queria brincar. Depois de um bom tempo, a deixou ir. E era eu quem não tinha ideia de como um cachorro podia se distrair tanto com uma formiga.



O Jornal Rede Nova Lima convida escritores da cidade a publicarem seus contos em nossas próximas edições. É só enviar o trabalho com as informações: seu nome, título e texto com, no máximo,5 mil caracteres, sem espaço, em documento de Word, espaçamento 1,5, e justificado.O e-mail deve ter o seguinte título na mensagem:"Eu conto um conto". Nossa equipe avaliará os trabalhos e publicará um conto, a cada semana, em nosso jornal virtual.A cada rodada de dez contos publicados,o(a)escritor(a)do conto mais curtido e comentado em nossos perfis do Instagram e Facebook, receberá uma homenagem virtual aqui no Rede.
E-mail:comunicacao@redenovalima.com


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