Giro Político
O acordo que estava colocando em risco a união de Lula e Kalil, em Minas, saiu. Agostinho Patrus (PSD) deixa o posto de candidato a vice-governador na chapa de Kalil, abrindo espaço para o PT indicar o substituto. Dessa forma, Reginaldo Lopes (PT) renuncia à disputa ao senado em favor de Alexandre da Silveira (PSD) e deve concorrer à reeleição a deputado federal, mas tem como principal participação, neste momento, como coordenador de campanha do ex-presidente Lula (PT).
O PT deliberou pelo nome do deputado estadual André Quintão para compor chapa, nome solicitado por Kalil, para não perder o alinhamento que tinha junto à Assembleia, do qual tem grande apoio ao seu nome. Lula e Kalil já postaram foto juntos na rede social para selar o acordo que gera muito mais benefício a Kalil do que a Lula. Mas, como toda moeda tem dois lados, esse apoio traz um passivo que é difícil para o povo mineiro.
Como o vice do Kalil será do PT, o candidato carrega toda a carga de uma gestão péssima que acabou por derrubar o estado em dívidas com os municípios e que tem péssima avaliação entre os mineiros: o governo de Fernando Pimentel (PT). O mesmo não descarta uma candidatura a Câmara dos Deputados.
Kalil, que se elegeu falando que estava cansado de políticos, se coloca no meio de uma das maiores rejeições no estado, sob a esperança de que o prestígio de Lula seja maior do que o desgaste que será enfrentado durante o pleito de outubro. Não satisfeito com o apoio do PT, Kalil avança para enfraquecer a base do atual governador Romeu Zema (NOVO), reunindo com dirigentes partidários para atrair siglas que não têm tanta certeza na reeleição do chefe do Executivo estadual.
Zema recebe aceno aberto de Bolsonaro (PL), mas sabe que o apoio do atual presidente, neste momento, pode prejudicar sua campanha. Romeu Zema sempre foi aberto em dizer que seguirá seu partido nas eleições presidenciais, mas, em segundo turno, tudo indica que seguirá com Bolsonaro.
O União Brasil colocou o nome de Bilac Pinto como possibilidade, por ser um dos políticos mais tradicionais e conhecidos, em âmbito nacional, devido ao jeito respeitoso de fazer política. Romeu Zema acredita ainda em uma vitória no primeiro turno, mesmo com o apoio de Lula a Alexandre Kalil. Sem vinculação a nenhuma campanha presidencial, Zema continua sendo o favorito a levar as eleições de outubro.
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