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  • Foto do escritorLetícia Barros

Mouros e cristãos

Atualizado: 25 de abr. de 2022

O festejo religioso que remonta a batalha dos povos antigos sobre a fé


Cartilha Cavalhada /2020


A Cavalhada de São Jorge é uma tradição religiosa coroada pela encenação épica da batalha entre cristãos e mouros, durante a Idade Média. Há 47 anos, as edições anuais do espetáculo movimentam um público devoto do santo, chamado guerreiro, numa romaria que se inicia após o almoço, no bairro Matadouro, e segue pela Avenida José Bernardo do Barros até o Espaço Cultural.


A procissão recompõe um período histórico rústico, antigo, com elementos alegóricos como cavaleiros, carros de boi, Guardas de Marujo e Congado. A missa da celebração é campal e os devotos participam da comemoração com a presença de músicos da região. Depois, no auge da festa, a Corporação Musical Sagrado Coração de Jesus dita o compasso dos 24 cavaleiros, na arena, durante o Auto da Cavalhada, o que remete às batalhas entre mouros e cristãos, ocorridas na Península Ibérica entre os sec. VIII e XV.


A cavalhada foi instituída em Nova Lima em 1975, pelo congadeiro Benedito Felício Carmélio, conhecido como “Bené Cabeça Leve. Devoto do santo, ao se mudar de Conceição do Mato Dentro, inspirado pela Festa de Nossa Senhora do Rosário e cativado pelas tradições mantidas na cidade, deu origem à Cavalhada de São Jorge. O evento proporciona, também, uma experiência gastronômica saborosa por meio dos expositores da Sexta na Feira e a apresentação de comidas e bebidas típicas da região.


A cavalhada chegou ao Brasil com os portugueses e, aqui, espalhou-se por todas as regiões. A festa homenageia o santo católico protetor dos cavaleiros. A primeira apresentação foi no adro da igreja de Nossa Senhora do Rosário, por ocasião da festa da santa, durante o Encontro de Congados. A cavalhada é formada por 24 cavaleiros, lembrando os 12 pares da França, de Carlos Magno. Desses, metade traja vestes vermelhas, caracterizando os mouros, e os outros 12 usam vestimentas azuis, caracterizando os cristãos. Entre estes, destacam-se dois embaixadores, um cristão e outro mouro.


Por ocasião da festa, que sempre acontece no domingo mais próximo ao dia de São Jorge (23 de abril), os cavaleiros, trajados e montados em cavalos ajaezados e com guizos, buscam a bandeira com a estampa do santo na casa de quem se incube de ornamentá-la e a conduzem até o local da cavalhada. Ao chegarem com a bandeira, são acesas as bengalas luminosas, remetendo às batalhas noturnas, pois os dois exércitos usavam tochas para iluminação.


A bela manifestação é precedida, no sábado, por uma missa em homenagem a São Jorge, na igreja de Nosso Senhor do Bonfim, com a presença da imagem do santo e das guardas de congado de Nova Lima, Raposos e outras convidadas. Após a missa, todos saem em procissão até o Espaço Cultural, palco da Cavalhada, onde a imagem é conduzida por um carro de boi. Lá chegando, as guardas homenageiam São Jorge e têm início os espetáculos de música sertaneja e as barraquinhas.


Em 2020, devido à pandemia, a gestão do ex-prefeito Vítor Penido publicou uma cartilha para preservar tal tradição, devido a impossibilidade de realização da festa, de acordo com protocolo de segurança, em combate ao coronavírus. Essa foi a última iniciativa de preservação dessa histórica e rica manifestação folclórica.


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