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  • Foto do escritorLetícia Barros

Pai: a estrutura psíquica dos filhos provém dele

Atualizado: 18 de ago. de 2022



Apesar de o amor ser imenso, não é ele quem amamenta a prole. O pai fica “distante” pelo bem da família. Integralmente dependente, ao nascer, o filho precisa de um ambiente seguro, alimento, higienização e afeto. Necessidades normalmente atendidas pela mãe. Dessa forma, o imaginário cultural relaciona a figura da mãe como mais “importante”. No entanto, todas as demandas do recém-nascido são possíveis de serem atendidas porque alguém o está cobrindo, com suas asas de amor e proteção. Essa figura é o pai, sem ele, a família não persistiria.


Porto seguro

Em uma situação de família funcional, a mãe precisa parar tudo para cuidar do bebê. Os primeiros meses de vida são exigentes, tanto para a criança, quanto para a mulher. O corpo da mamãe e o do bebê estão se readaptando de forma física e mental. O desgaste de gerar e sustentar uma vida é exaustivo. São tantas as demandas, que seria impossível ser atendida de forma saudável por uma só pessoa. Para tanto, há a família.


Enquanto a mãe está batalhando as noites não dormidas, a amamentação, as cólicas, os medos mais profundos de falhar ou de que inesperado vença, o pai é o único que pode ser o porto seguro de todos. Ele é o abraço caloroso para a mulher mais exausta e feliz da história, é a voz que traz a confiança de que nada faltará, porque enquanto estão no ninho, ele enfrenta o mundo lá fora, garantindo a sobrevivência. O pai é o fator que pode transformar o caos da vida. Ele pode ser a fonte da mãe, que é a fonte do filho.


Paternidade

As funções são diferentes, o que não impede que um auxilie o outro dentro do papel de cuidar de uma vida. A verdade é que objetivamente, o pai faz parte da simbiose, quer queira, quer não. Sem ele, fica muito mais complicado. Nos primeiros dias de vida e no decorrer dela. A psicologia defende que o pai tem uma função estruturante para os filhos. Isso significa que essa figura atua diretamente na psique da sua prole. A mãe pode ser “tudo”, mas é o pai que confere a identidade aos filhos.


No desenvolvimento da psique da criança existe uma relação de identidade entre o inconsciente dos pais e filhos, e esta relação de identidade pode ser a causadora de futuras neuroses, doenças físicas, atos de criminalidade e acidentes destas crianças. A psicologia reconhece o pai como um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade.


A experiência clínica tem mostrado que, na vida adulta, as representações dessa vivência resultam nas várias possibilidades de construção psicoafetiva, com repercussão nas relações sociais. “Aprendi a me amar e a me respeitar primeiro por meio do olhar de papai” é uma frase verdadeira na fala de muitos homens e mulheres de sucesso, felizes e realizados. A honra à postura do pai nunca falta nos lábios dessas pessoas.


Autoridade

As teorias psicológicas e as pesquisas científicas afirmam e fundamentam o papel da figura paterna no desenvolvimento e no psiquismo infantil. É pressuposto da teoria psicanalítica o papel estruturante do pai. Na trama familiar, o sujeito se constrói e sai do estado de natureza para ingressar na cultura. Leonardo da Vinci em uma lembrança da sua infância, afirma: "na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada". Para a psicanálese, o pai representa a possibilidade do equilíbrio pensado como regulador da capacidade da criança de investir no mundo real.


A partir de um estudo de caso clínico e de uma rigorosa revisão da literatura, relacionada à importância da figura paterna na vida dos filhos, estudos os especialistas Eizirik e Bergamann (2004), afirmam que a ausência paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento.


Os estudos revelaram que crianças com ausência do pai biológico têm duas vezes mais probabilidade de repetir o ano escolar, e que as crianças que apresentam comportamento violento nas escolas têm 11 vezes mais chance de não conviver na companhia do pai biológico do que crianças que não têm comportamento violento. Essas crianças, principalmente meninos, evidenciam maiores dificuldades nas provas finais e uma média mais baixa de leitura.


Segundo o especialista Muza GM, autor de Da proteção generosa à vítima do vazio, Exercício da paternidade (1998), as crianças que não convivem com o pai acabam tendo problemas de identificação sexual, dificuldades de reconhecer limites e de aprender regras de convivência social, o que atacaria a instância moral do indivíduo. Tal falta pode se manifestar de diversas maneiras, entre elas uma maior propensão para o envolvimento com a delinquência.


Independência

A autoridade do pai deve ser utilizada para dar orientações seguras e gerar confiança e independência. Para um desenvolvimento emocional positivo e seguro dos filhos, que os auxilie a lidar bem com as diversas situações da vida, é importante crescer em um lar no qual pai e mãe estejam presentes e ofereçam apoio incondicional, conforto e proteção. O modelo masculino é fundamental para o desenvolvimento saudável da identidade dos meninos e também das meninas. Nesse sentido, o Dia dos Pais deve ser referenciado para estimular a estima dessa figura tão essencial ao mundo. E você, como se vê nessa reportagem? Qual seu papel em relação à valorização do pai?


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