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  • Foto do escritorLetícia Barros

Prefeitura retoma projeto derrotado na Câmara


Prefeitura envia novo projeto de celebração de Parceria Pública Privada (PPP) para iluminação pública de Nova Lima, porém, as informações inconsistentes do novo texto oferecem uma força de ação semelhante à de um “cheque em branco”, uma vez que não prevê benefícios, custo, tempo de vigência e modo de contratação.

Projeto anterior previa 13 anos de dívida e custo de R$ 156 milhões


A prefeitura de Nova Lima, desde o início de 2021, planeja contrair dívida de R$ 156 milhões dentro de Parceria Público/Privada para Iluminação Pública, a qual, caso fosse realizada com recursos existentes em caixa, custariam aproximadamente R$ 25 milhões, ou seja, cerca de seis vezes menos do que esse valor submetido à concessionária. A negociação é concernente à modernização da iluminação pública que prevê a substituição de mais de 15 mil pontos de luz, já existentes, de sódio, vapor e mercúrio por lâmpadas de LED.

O projeto pretende economizar 50% de energia aos cofres públicos e auxiliar quanto à prevenção de crimes e acidentes decorrentes de má-iluminação. No entanto, a peça que desencaixa o projeto, no momento, é a aquisição de uma dívida milionária, de longo prazo, a qual está balizada na Taxa de Iluminação Pública. Ou seja, a conta foi direcionada para população, que vai pagar, por meio do imposto, durante 13 anos, mesmo que já existam recursos para tal, condição que tornaria desnecessária a parceria público/privada.

A prefeitura recolhe, mensalmente, por meio de Taxa de Iluminação Pública, que todo consumidor paga, cerca de R$ 4 milhões. Nos últimos 16 meses do atual mandato, foram arrecadados perto de R$ 15 milhões, sendo que o governo anterior havia deixado depositado na conta da Iluminação Pública, também, um valor. Esse montante, hoje, seria capaz de sanar 50% dos postes que estão em falta e ainda trocar 8 mil lâmpadas.

Opinião de especialistas

De acordo com peritos em política, a iniciativa não gera confiança e compromete a transparência da negociação, visto que o município tem o recurso em caixa para realizar a operação sem comprometimento do orçamento para as outras áreas do governo. Além disso, até o final do mandato, o investimento (cerca de R$ 25 milhões) retornaria para os cofres públicos, por meio da Taxa de Iluminação, a qual não estaria comprometida com a dívida de 13 anos.

Em outras palavras

A iniciativa pode ser comparada com uma pessoa, dona de R$ 1 bilhão, que decide comprar um carro popular, mas, prefere adquirir um financiamento, a juros altos, cujo 90% da dívida será paga por terceiros, que não participaram da negociação. A decisão, provavelmente, beneficia o banco ou a financeira que vai fazer o empréstimo, pois, o interesse está nos juros. A pergunta mais difícil de ser respondida é sobre por que alguém contrataria um negócio nesses termos. No mínimo, a má gestão dos recursos, pontuam os especialistas políticos.

Rejeição e retorno para votação

A PPP de Iluminação Pública passou anteriormente pela Câmara de Vereadores de Nova Lima. Em fevereiro (26) de 2021, o atual prefeito de Nova Lima, João Marcelo (Cidadania), esteve na Câmara Municipal para apresentar aos vereadores o projeto que trata sobre a PPP. O chefe do Poder Executivo estava acompanhado de secretários (as), de representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Caixa Econômica Federal e da Axcentury. Com o projeto já nas comissões de Legislação e Justiça, Orçamento e Finanças e na de Serviços Públicos, caberia à Câmara Municipal analisar detalhadamente a proposta para a votação.


A rejeição da PPP veio oito meses depois, em outubro. Segundo a Câmara, mesmo tendo demandado detalhamentos à prefeitura, a omissão de informações importantes sobre os R$ 156 milhões previstos na PPP levaram o Poder Legislativo a vetar, naquele momento, o projeto.


Da mesma forma, o documento atual não explica os detalhes PPP. Porém, mesmo sendo derrotado na Câmara, em 2021, sem mudanças no projeto ou justificativa diferente da anterior, o atual prefeito, João Marcelo, retornou a proposta para Casa Legislativa, em maio deste ano, na terça-feira (03), para ser apreciado. O projeto segue os trâmites internos.


O documento enviado à Câmara, pelo Executivo Municipal, é de domínio público e segue anexo à reportagem.

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